Retomada dos projetos do segmento Fazendas favoreceu resultados. EBITDA atingiu 64,1%, na comparação com o segundo trimestre do ano, com margem de 19,1% (+2,6 p.p.)

São Paulo, 31 de outubro de 2023 – A Kepler Weber (KEPL3) fechou o terceiro trimestre com crescimento de 99,6% no lucro líquido, totalizando R$ 66,6 milhões ante os R$ 33,5 milhões alcançados entre abril e junho deste ano. É o melhor resultado de 2023 e o segundo melhor da história da companhia, líder na América Latina em soluções de pós-colheita, perdendo apenas para 2022, ano considerado extraordinário pelos executivos.

“Observamos uma melhora na dinâmica do agronegócio no Brasil, principalmente pela retomada dos projetos no segmento Fazendas, logo após o anúncio do maior PCA (Programa para Construção e ampliação de Armazéns) da história”, diz trecho do comunicado da diretoria ao Mercado.

Ao longo do trimestre, a companhia atingiu receita líquida de R$ 405,6 milhões, 44,2% maior que o registrado no ciclo anterior, quando a empresa reportou receita de R$ 281,2 milhões. “A empresa demonstrou um crescimento sólido”, destaca o comunicado, com EBITDA de R$ 88,3 milhões, 64,1% maior que o segundo trimestre do ano (R$ 53,8 milhões), “reflexo do nosso compromisso com a eficiência operacional e a gestão cuidadosa dos custos. Em um ambiente desafiador, manter uma margem Ebitda sólida é essencial para o crescimento e a sustentabilidade da empresa”.

O balanço da Kepler Weber destaca o ROIC “exemplar” de 50,6% nos últimos nove meses. “De igual modo, o Caixa da Companhia segue em um patamar sólido de R$ 320,0 milhões, depois do pagamento de R$ 132,7 milhões em dividendos (R$ 77,7 milhões em dividendos obrigatórios, R$ 20,4 milhões de JCP, e R$ 34,6 milhões de dividendos intermediários) e da aquisição de 50% da Procer (R$ 50,8 milhões)”, aponta o relatório.

Fazendas
O segmento, que representa cerca de 30% da receita da empresa, fechou o trimestre com aumento de 76,3% no faturamento, quando comparado com o segundo trimestre de 2023. A Kepler Weber aponta a “sazonalidade favorável” e o impacto do PCA, que levou a liberação de “diversos pedidos que estavam represados no 1º semestre”.

A receita líquida de Fazendas fechou em R$ 145,6 milhões, 76,3% maior que os R$ 82,6 milhões do trimestre anterior. Para exemplificar a retomada, a companhia informa a “venda de dois pedidos significativos para produtores de médio porte na região do Mato Grosso no montante de R$22,5 milhões que representarão incremento nos faturamentos do 4T23”. Outros quatro projetos, que totalizam R$ 55,8 milhões, vão impactar a receita dos dois próximos resultados trimestrais.

Agroindústrias
O segmento registrou receita líquida de R$ 154,2 milhões no trimestre, 81% maior que reportado no segundo tri do ano (R$ 85,2 milhões). O segmento, que atende agroindústrias, cooperativas, arrozeiras e cerealistas, anuncia o fechamento de sete projetos que vão impactar a receita da companhia até o fim do primeiro semestre de 2024.

“Para a região do Mato Grosso do Sul, foram vendidos para uma mesma cooperativa, o total de seis projetos que representam o montante de R$ 93,9 milhões, destes, cinco para ampliação de armazenagem em unidades existentes da região e, outro pedido referente a uma unidade nova para ampliação de capacidade de armazenagem, recebimento e expedição”, informa o comunicado.

Outro projeto, segundo a Kepler Weber, será realizado em Goiás. “Trata-se de uma unidade nova de grande porte para um cerealista, com foco na armazenagem para a safrinha de milho de 2024”.

Negócios Internacionais
A receita líquida de Negócios Internacionais avançou para R$ 31,3 milhões no trimestre, crescimento de 25,2% em comparação com o segundo tri do ano (R$25 milhões). Apesar do resultado, a empresa pondera que o desempenho do segmento no acumulado do ano foi afetado pela crise hídrica que impacta a produção de alimentos no Paraguai e no Uruguai, principais destinos das exportações da Kepler Weber.

Ainda assim, a companhia comunica aos investidores a venda de três projetos para Bolívia, Paraguai e Uruguai. Os clientes são “médios e grandes produtores, que representam o montante aproximado de R$22,5 milhões e que contribuirão para alavancar os faturamentos do 4T23 e 1T24”.

Portos e Terminais
Com receita líquida de R$ 3,2 milhões no terceiro trimestre, Portos e Terminais acumula crescimento de 221,4% na receita acumulada dos noves meses de 2023 (R$ 63 milhões), em comparação com igual período do ano passado (R$ 19 milhões). Por serem obras de grande porte, o faturamento depende da evolução dos projetos, podendo haver oscilação entre um trimestre e outro.

Dois projetos vendidos no terceiro trimestre, totalizando R$ 51 milhões, vão gerar receita até o fim do primeiro semestre de 2024. O investimento, feito por uma Usina de Etanol de milho, prevê a instalação de transportadores, interligações, sistemas de aeração e o monitoramento digital.

Reposição e Serviços
O segmento de Reposição e Serviços registrou R$ 71,3 milhões em receita líquida no trimestre. O resultado é 18% maior que o segundo trimestre de 2023 (R$ 60,4 milhões), 24% no comparativo com o terceiro tri de 2022 (R$ 57,2 milhões) e 25,6% maior no acumulado de nove meses (R$ 182,6 milhões), comparando com mesmo período do ano passado (R$ 145,4 milhões). Desde março, a Kepler Weber consolida nesta área de negócio os resultados da Procer.

No trimestre, a empresa informa a venda das primeiras garantias estendidas e maior volume de serviços digitais. Os novos Centros de Distribuição (CD) de Balsas (MA) e Paragominas (PA), segundo a empresa, contribuíram para “aumentar a base de clientes, gerando um maior volume de negócios e satisfação dos clientes”.

A companhia também informa que iniciou treinamento e transferência de materiais para o CD de Sorriso (MT). “Por fim, o lançamento do Novo Silo Ração KW, somado aos esforços na gestão operacional resultado em prazos de entrega aderentes as expectativas dos clientes, bem como, a gestão da rentabilidade e do capital de giro, favoreceram os resultados de R&S nesse trimestre”, diz o comunicado.

KEPL3
As ações da Kepler Weber valorizaram 15% em setembro, no comparativo com dezembro de 2022. No mesmo período, o Ibovespa valorizou 6% e o índice Small Caps 5%.

“A Kepler teve aumento de 9,0% na liquidez média diária KEPL3, passando de R$14,0 milhões em dezembro de 2022 para R$15,2 milhões de volume financeiro em setembro de 2023”, aponta o relatório.